terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Escola Superior Agrária de Coimbra

O ensino agrícola foi instituído em Portugal em 1852. Após alguns anos, em 1887, é instalada na Quinta do Bispo, em Coimbra, a Escola Central Prática de Agricultura que, após outras denominações alterações estruturais e de funcionamento ao longo dos anos, passou a designar-se, em 1931, Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra. Após 48 anos a funcionar nestes moldes, é criada a Escola Superior Agrária de Coimbra, já incluída na rede do Ensino Superior Politécnico, sendo integrada no Instituto Politécnico de Coimbra em 1985.

Numa área que ocupa cerca de 140 ha, a Escola oferece a quem a pretenda visitar um vasto património construído no qual se incluem edifícios do séc. XIX e início do séc. XX, como o edifício onde se encontra instalado o Museu Nacional de Agricultura (com um amplo espólio de objetos de uso agrícola, laboratorial e outros e várias maquetes de animais para estudo dos mesmos; o Chalé do Bispo ou Chalé do Bicho-da-seda, onde em tempos idos viveu o Bispo de Coimbra e se criaram bichos da seda para produção de fio de seda; o apiário; os muros do jardim do chalé, entre outros.

Chalé do Bispo ou Chalé do Bicho-da-seda

Muros do jardim do Chalé do Bispo


Na piscina da ESAC, hoje albergue de peixinhos-vermelhos (Carassius auratus) e um cágado que, muitas vezes, teima em não se mostrar, realizaram-se várias provas desportivas, como o jogo de pólo que se observa na imagem, sob o olhar atento de alunos, professores, amigos e familiares de estudantes da Escola

O património natural é igualmente rico e diversificado, podendo observar-se vários elementos de flora e fauna autóctone. Entre os vários carvalhos (Quercus sp.), o pilriteiro (Crataegus monogyna), o loureiro (Laurus nobilis), o medronheiro (Arbutus unedo) e a gilbardeira (Ruscus aculeatus) podemos admirar, em Dezembro, as bagas do endemismo ibérico norça-preta (Tamus communis), quais luzes vermelhas de Natal pendendo dos caules secos, vários fungos e muitos outros exemplares florísticos, muitas vezes lado a lado com exóticas, algumas das quais, infelizmente, invasoras em Portugal. Entre estas temos a árvore-do-céu (Ailanthus altíssima), a erva-azeda (Oxalis pes-caprae) com as suas típicas folhas em forma de pé de caprino, as bem conhecidas canas (Arundo donax).
  
Norça-preta (Tamus communis) e flor de medronheiro (Arbutus unedo)

 
Erva-azeda (Oxalis pes-caprae) e Candeias ou Capuz-de-fradinho (Arisarum vulgare)
Ao longo de um tranquilo passeio podemos, ainda, observar o calmo apascentar dos bovinos da raça Marinhoa e das suas fiéis companheiras, as garças-boieiras (Bubulcus ibis), alguns equinos como os autóctones Cavalos do Sorraia e os Lusitanos que, vaidosamente, nos apresentam na Primavera as suas crias...

Bovino de raça Marinhoa e garças-boieiras (Bubulcus ibis)

"Cavalo do Sorraia", raça proveniente da região do Vale do Sorraia, Ribatejo

Nesta viagem, não podemos deixar de referir as fantásticas Casuarinas sp. (que se encontram junto ao local determinado para o início deste percurso pedestre); a Podocarpus gracilior, junto ao Chalé; o carvalho-português ou cerquinho (Quercus faginea ssp. broteroi), uma relíquia das florestas autóctones portuguesas e presente na mata, mais à frente; e a canforeira (Cinnamomum camphora), exuberantemente presente no Jardim das Aromáticas da Escola, como que a apresentar as aromáticas e medicinais (PAM) que se encontram sob a sua alçada.

Podocarpus gracilior

Canforeira (Cinnamomum camphora)

Esperamos ter despertado a vontade de visitar este espaço... Brevemente, mais informações sobre o percurso e algumas curiosidades.

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