domingo, 15 de janeiro de 2012

Olá a todos.

No Chalé do Bicho-da-seda - onde outrora se produziu seda - realizar-se-á, durante o percurso interpretativo, uma observação de macroinvertebrados recolhidos na Ribeira dos Covões, junto ao chalé. Esta observação poderá dar-nos alguma ideia de qual o estado da qualidade da água no momento da recolha - alguns dos animais que se encontram na ribeira são bioindicadores -, para além de nos permitir fazer uma análise da inter-relação da fauna com a vegetação ribeirinha.
Minhocas, lagostins, larvas de dípteros e de efemerópteros, são alguns exemplares recentemente recolhidos.

Lagostim, mas ainda por identificar.
Originário do Louisiana, América do Norte, o lagostim-vermelho-do-Louisiana (Procambarus clarkii) é frequente nas massas de água doce em Portugal, tendo sido introduzido. Atualmente, é uma praga, destrói muitos dos animais e plantas autóctones que habitam as ribeiras, rios e lagoas portugueses e é veículo transmissor de um fungo que ataca os lagostins de água doce europeus. Atinge 15 cm de comprimento e consegue permanecer algum tempo fora de água, o que lhe permite deslocar-se a terrenos agrícolas, onde causa alguns danos. Nos arrozais, destrói a planta, come as suas sementes, causa danos no solo devido às escavações que faz, levando à perda de água em arrozais, reservatórios e outros locais. Sempre que criado em aquário, não deve, em ciscunstância alguma, ser libertado em massas de água na natureza.
Larva de efemeróptero
Os Ephemeroptera são Artrópodes da classe Insecta que devem o seu nome ao facto de o adulto ter vida terrestre efémera: a larva vive em água durante bastante tempo, podendo ultrapassar os dois anos; já o adulto, com vida terrestre, apenas vive o suficiente para se reproduzir, de apenas algumas horas até dois dias. São muito sensíveis às condições da água, pelo que são uma espécie muito utilizada para monitorização dos cursos de água.
  
Até breve.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mapa do percurso

Olá, a todos os visitantes.

Aqui fica o mapa do percurso no qual estão indicados o local de início e final (a vermelho), os locais de paragem (a amarelo) e os locais onde serão observadas de forma mais pormenorizada algumas espécies de plantas, autóctones e alóctones (com uma representação de uma árvore).

Aproxima-se a data da 1ª edição do percurso e as condições atmosféricas apontam para céu pouco nublado e temperaturas... de Inverno, pois... Boas para caminhar...
Mas, mesmo com frio, caminhar consome energias e água, pelo que devemos transportar sempre elementos para repor os "gastos". Com os alimentos, não se preocupe muito, porque teremos uma pequena degustação a meio do percurso. Já a água, será melhor levar consigo alguma, preferencialmente da rede pública (torneira), mais rica em sais minerais e, portanto, mais eficiente, não sendo necessário transportar tanta quantidade (menos peso para transportar).

É bom levar calçado confortável e roupas adequadas ao frio, preferencialmente de algodão as mais interiores e fibras sintéticas as mais exteriores.

O percurso de ida está representado a vermelho e o de regresso a azul mas, no entanto, este último poderá ser ligeiramente alterado se os participantes ainda não estiverem muito cansados - é que perto, com um pequeno desvio, pode passar-se pelo picadeiro, um local certamente a visitar pela história hípica ligada à ESAC e, também, pelo fantástico varandim em ferro forjado que exibe no seu interior. Aí, poderá igualmente encontrar diversos apetrechos de atrelagem e aparelhamento de equinos com alguns anos de história, mesmo que os ditos (equinos) não se encontrem pelo lugar a cavalgar, resfolegar ou num "gracioso" piaffe sob o comando de algum inexperiente em pânico, quem sabe... (como é que eu saberei isto?!)
                                           
Cavalo da ESAC - Sino
 O Sino, Lusitano da ESAC
(Neste, certamente não será (o piaffe), que os inexperientes não se "seguram" lá em cima)

E o Moicano, claro. Paciente. Com a pelagem de Inverno parece um peluche fofinho. E adora mimos.

Até breve.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Escola Superior Agrária de Coimbra

O ensino agrícola foi instituído em Portugal em 1852. Após alguns anos, em 1887, é instalada na Quinta do Bispo, em Coimbra, a Escola Central Prática de Agricultura que, após outras denominações alterações estruturais e de funcionamento ao longo dos anos, passou a designar-se, em 1931, Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra. Após 48 anos a funcionar nestes moldes, é criada a Escola Superior Agrária de Coimbra, já incluída na rede do Ensino Superior Politécnico, sendo integrada no Instituto Politécnico de Coimbra em 1985.

Numa área que ocupa cerca de 140 ha, a Escola oferece a quem a pretenda visitar um vasto património construído no qual se incluem edifícios do séc. XIX e início do séc. XX, como o edifício onde se encontra instalado o Museu Nacional de Agricultura (com um amplo espólio de objetos de uso agrícola, laboratorial e outros e várias maquetes de animais para estudo dos mesmos; o Chalé do Bispo ou Chalé do Bicho-da-seda, onde em tempos idos viveu o Bispo de Coimbra e se criaram bichos da seda para produção de fio de seda; o apiário; os muros do jardim do chalé, entre outros.

Chalé do Bispo ou Chalé do Bicho-da-seda

Muros do jardim do Chalé do Bispo


Na piscina da ESAC, hoje albergue de peixinhos-vermelhos (Carassius auratus) e um cágado que, muitas vezes, teima em não se mostrar, realizaram-se várias provas desportivas, como o jogo de pólo que se observa na imagem, sob o olhar atento de alunos, professores, amigos e familiares de estudantes da Escola

O património natural é igualmente rico e diversificado, podendo observar-se vários elementos de flora e fauna autóctone. Entre os vários carvalhos (Quercus sp.), o pilriteiro (Crataegus monogyna), o loureiro (Laurus nobilis), o medronheiro (Arbutus unedo) e a gilbardeira (Ruscus aculeatus) podemos admirar, em Dezembro, as bagas do endemismo ibérico norça-preta (Tamus communis), quais luzes vermelhas de Natal pendendo dos caules secos, vários fungos e muitos outros exemplares florísticos, muitas vezes lado a lado com exóticas, algumas das quais, infelizmente, invasoras em Portugal. Entre estas temos a árvore-do-céu (Ailanthus altíssima), a erva-azeda (Oxalis pes-caprae) com as suas típicas folhas em forma de pé de caprino, as bem conhecidas canas (Arundo donax).
  
Norça-preta (Tamus communis) e flor de medronheiro (Arbutus unedo)

 
Erva-azeda (Oxalis pes-caprae) e Candeias ou Capuz-de-fradinho (Arisarum vulgare)
Ao longo de um tranquilo passeio podemos, ainda, observar o calmo apascentar dos bovinos da raça Marinhoa e das suas fiéis companheiras, as garças-boieiras (Bubulcus ibis), alguns equinos como os autóctones Cavalos do Sorraia e os Lusitanos que, vaidosamente, nos apresentam na Primavera as suas crias...

Bovino de raça Marinhoa e garças-boieiras (Bubulcus ibis)

"Cavalo do Sorraia", raça proveniente da região do Vale do Sorraia, Ribatejo

Nesta viagem, não podemos deixar de referir as fantásticas Casuarinas sp. (que se encontram junto ao local determinado para o início deste percurso pedestre); a Podocarpus gracilior, junto ao Chalé; o carvalho-português ou cerquinho (Quercus faginea ssp. broteroi), uma relíquia das florestas autóctones portuguesas e presente na mata, mais à frente; e a canforeira (Cinnamomum camphora), exuberantemente presente no Jardim das Aromáticas da Escola, como que a apresentar as aromáticas e medicinais (PAM) que se encontram sob a sua alçada.

Podocarpus gracilior

Canforeira (Cinnamomum camphora)

Esperamos ter despertado a vontade de visitar este espaço... Brevemente, mais informações sobre o percurso e algumas curiosidades.